Bastava apenas um olho-no-olho, pra saber de tudo o que se trata - ou do que não se trata.
Acontece que, mesmo que declarássemos aos céus e gritássemos das altas montanhas que estávamos bem, não estamos.
E quem estaria, em tais condições?
Meu corpo, emagrecendo a cada dia, deixando de suportar novos alimentos a cada refeição, ainda implora por você.
Mas por quê, deuses, por quê?
Eu não quero.
Tudo o que eu quero - ou deveria querer - era ter um coração que cumprisse com seu trabalho e um pulmão que não me deixasse na mão.
E esse é exatamente o problema.
Embora, claro, esse querer não seja o problema.
O problema é que eu amo sabendo que não posso amar, e isso me queima por dentro, feito um ácido.
E o real problema não sou eu, o problema não é você, o problema somos nós.
Mas, digam-me, e quem é que liga?
Ninguém.
Só eu, só você.
Em amor mudo.
Cada um, com sua própria música e seus próprios problemas, se diverte como pode.
E eu me divirto, neste exato momento, brincando com o sangue que escorre de um peito antes inteiro.
Adeus.
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