meus lábios ressecados
e o cérebro ainda mergulhado no sono.
Cambaleei até o banheiro
abaixei as calças
e ouvi um barulho de cachoeira.
Não direi de onde a água vem
porque você deve saber disso
mesmo que seja muito novo
muito velho
ou talvez um sonho curto demais.
A questão é que eu deixei a água fluir
e depois cambaleei até a cozinha
e tomei um copo d'água
e ela estava muito gelada
e o meu corpo estava febril
e eu avistei uma faca.
A ponta fina,
o cabo de madeira
tão grande quanto qualquer outra coisa
que possa acabar com alguém
o brilho resplandecente no metal novo.
Pés descalços
dedos ensanguentados
e o pensamento de que isso seria
um final muito feio
para um poema.
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