quinta-feira, 25 de julho de 2013

desliza os dedos com calma
procura e às vezes não acha
o rio que escorre

tateia e aperta
o zíper das minhas costas
em meio à pele quente

e depois eu tenho vontade de ir embora
largar tudo, vestir tuas calças
nunca mais voltar
porque da última vez em que me confessei
prometi parar de transar com o diabo
mas é seu cheiro de café amargo que
me prende
entontece
rouba meu chão
fecha meus olhos
afina o grito.
 
só tenho 28 anos 
e as minhas pernas já são moles 
minha pele não brilha como antes
já não sou mais fã do nudismo 
nem ando por aí com cara de quem nasce todos os dias.

hoje, morro
amanhã, vivo 
entre isso
amém. 


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