sábado, 15 de junho de 2013

Há fumaça por onde ando
asfalto manchado de sangue
gente sem rosto
gente com cartaz
gente que grita
gente que chora
e gente que se acha mais gente que todo o mundo.

Por essas terras onde caminho,
balas são lançadas contra multidões
enquanto, contra os outros,
só temos flores, voz e papel.

Meus melhores amigos não escondem o rosto
em seus olhos eu vejo brilho de revolução
e tenho certeza que um dia seremos mais
que matérias no jornal;
Entraremos pros livros de História
seus filhos aprenderão sobre nós
e ficarão tristes por seus pais serem os únicos
armados por algo tão ruim.

Nessa guerra que participo,
enquanto bombas são explodidas
balas atingem outros alvos
gritos são lançados
cartazes são rasgados,
a palavra continua inteira.

Sufocada pelo gás já vencido,
corro e tento enxergar uma saída.

Entrar nessa guerra é a melhor delas.

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